terça-feira, 26 de julho de 2016

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Demitir no fim do dia ou mentir: veja erros que fazem patrão virar vilão

Demitir no fim do expediente, mentir ou esconder o real motivo da demissão, além de comparar quem sai com quem fica, são alguns dos erros comuns cometidos por donos de empresas e seus gerentes na hora de dispensar um funcionário.
Uma demissão malconduzida, segundo a diretora de recursos humanos da consultoria Manpower, Márcia Almström, pode trazer prejuízos à imagem da empresa e do chefe. "É uma situação desconfortável para os dois lados e pode ser muito traumática para o funcionário", diz. "A forma como ele sair da empresa vai influenciar a opinião que ele terá e transmitirá do negócio dali em diante."
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João Paulo Arias, psicólogo da consultoria Desenvolver RH, vai além. Ele afirma que as falhas cometidas no momento da demissão podem motivar processos trabalhistas. "Quando o desligamento é malfeito, o funcionário deixa a empresa com mágoa e pode se utilizar da ação trabalhista como forma de vingança."
No caso das micro e pequenas empresas, um processo trabalhista pode comprometer a estabilidade financeira do negócio, segundo o especialista. O pagamento de uma indenização, mesmo que baixa, pode ter grande impacto para a empresa, diz. "Mesmo quando o empregador cumpre com todas as obrigações trabalhistas, responder a um processo costuma trazer bastante dor de cabeça."

1. Demitir no fim do expediente

Ao dispensar o funcionário no fim do dia, a empresa transmite a ideia de algo feito em segredo, o que colabora para a insatisfação de quem sai e de quem fica, segundo Arias. "O empregado desligado pode se sentir usado pelo chefe numa situação como essa", diz. O ideal, segundo ele, é fazer o comunicado no início do dia para que o funcionário tenha tempo de "digerir" a notícia e se despedir dos colegas."

2. Terceirizar a demissão

Em algumas empresas, de acordo com Arias, o funcionário é informado de sua demissão por alguém que não é seu chefe imediato, em geral pelo setor de RH ou pela contabilidade. No entanto, esses departamentos não convivem com o empregado e não saberão esclarecer os reais motivos de seu desligamento. "O comunicado deve ser feito pelo superior imediato", declara o psicólogo.

3. Mentir ou esconder o motivo do desligamento

Para o advogado especialista em direito trabalhista Bernardo Augusto Bassi, é comum o patrão demitir o funcionário por mau desempenho, mas, durante a conversa, alegar corte ou reestruturação da empresa como motivo da dispensa. "É preciso ser honesto, mesmo que isso o deixe o funcionário desanimado. Ele tem o direito de saber a verdade para que possa se aprimorar futuramente", afirma.

4. Comparar quem sai com quem fica

Um erro grave, segundo Bassi, é comparar o funcionário demitido com um colega que permanece na equipe, ressaltando que, se ele agisse como o companheiro, não seria mandado embora. "Essa é uma exposição desnecessária", declara. "O empregador pode mostrar os pontos negativos do funcionário demitido com base em relatórios de desempenho, pontualidade, faltas entre outros."
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5. Fazer elogios excessivos

Independentemente do motivo da demissão, fazer elogios demais ao funcionário desligado é um erro, diz Márcia Almström, da Manpower. "Se a pessoa desempenhou bem as tarefas dela na empresa, vale o reconhecimento e o agradecimento. No entanto, não faz sentido fazer um caminhão de elogios, pois, em algum momento, o empregador achou que os serviços daquele profissional eram dispensáveis."

6. Demorar para entrar no assunto

Prolongar a conversa e demorar para comunicar a demissão é um erro que pode irritar bastante o funcionário, segundo Almström. O melhor, de acordo com ela, é ir direto ao assunto, deixar claro o motivo da demissão e não desviar o foco da conversa.

7. Não saber informar os próximos passos

Ao receber a notícia de sua demissão, é normal o funcionário ter dúvidas sobre os próximos passos: cumprir aviso prévio, fazer exame médico, valores a receber etc. Segundo a consultora, é importante ter essas respostas em mãos ou encaminhar a pessoa diretamente para o setor de RH. "Seria constrangedor o empregado ter de perguntar a um terceiro como ele deve proceder para deixar a empresa."

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